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hospitalDa Redação – A saúde no Baixo Amazonas que tem dificuldades pela falta de médicos pode piorar nos próximos dias. É que o Hospital Padre Colombo que faz atendimento de baixa e média complexidade está na “UTI” e pode fechar as portas a qualquer momento. O Hospital pertence à Diocese de Parintins e há 14 anos tem convênio com o governo do estado, atende usuários de Barreirinha, Nhamundá, Boa Vista do Ramos e até Maués. Segundo o Bispo da Igreja Católica em Parintins Dom Giuliano Frigenni há seis meses o governo estadual não repassa o convênio. A dívida com credores que fornecem anestesias, seringas, agulhas, curativos, oxigênio e outros objetos para o funcionamento do Hospital, além do pagamento de direito trabalhistas de 70 funcionários, chega a quase 1 milhão de reais. “O primeiro convênio veio na gestão do ex-governador Amazonino Mendes (PDT); depois mantivemos a parceria nas duas administrações do governador Eduardo Braga (PMDB); veio o governador Omar Aziz (PSD) e manteve a parceria.
No governo atual José Melo (PROS) foi assinado o convênio com sete meses de atraso. Agora tem três meses dos recursos do convênio do final de 2013 e mais três meses dos recursos de 2014 e já soma seis meses. Estamos com dificuldade em fazer funcionar de forma mínima o Hospital. Estou a seis dias tentando contato com o governador Melo, mas até o momento não conseguir. Sei que o governador também está em Brasília nesta semana, mas preciso desse contato e não veio”, lamentou o Bispo Giuliano em coletiva que convocou junto a imprensa nesta terça-feira 9 de Dezembro.
O Hospital Padre Colombo ainda não funcionou, segundo o Bispo, por quê a prefeitura de Parintins vem fazendo regularmente o repasse dos convênio. “ Estamos sobrevivendo apenas com o convênio da prefeitura e do governo federal. Quando cai na conta o município faz logo o repasse. Mas temos demanda maiores”, disse.
Reunião
Alexandre da Carbrás / Bispo Dom Giuliano
Alexandre da Carbrás / Bispo Dom Giuliano
A critica situação do Hospital Padre Colombo foi exposta em reunião do Bispo Dom Giuliano, que pediu apoio do prefeito Alexandre da Carbrás (PSD) para tentar interceder junto ao governador José Melo (PROS) e ao secretário de saúde Wilson Alecrim para a liberação dos recursos pendentes.
Ao falar com jornalistas e repórteres, o Bispo Giuliano revelou que na semana passada um médico, ficou revoltado e gritou nos corredores do Hospital,  pois não tinha oxigênio suficiente para o atendimento a um paciente. “ Nossa situação é difícil. Esse médico ficou muito revoltado com o nosso problema. Mas estamos de mãos atadas.  Nossos fornecedores estão a meses sem receber. Quero uma resposta do governador. Pois não fiz convênio com o governo federal e nem municipal, fiz com o estado. Se ele não quer mais manter o convênio que fale para nós tomarmos um posição. Chamar a imprensa e comunicar o fato a população. O Hospital Padre Colombo funciona quando tem apoio do estado e do município, hoje temos apenas o convênio do município”, disse o Bispo.
Há informações de bastidores que um grupo de médicos especialistas estaria interessado em comprar o Hospital da Diocese para torná-lo privado. Essa hipótese, diz Dom Giuliano, ainda não tem nada de concreto, pois a Diocese sempre recebeu o convênio do estado. “ Não posso funcionar colocando os dedos no olhos das pessoas sobre esse problema. Mas não posso continuar sem esses convênios do SUS. Não tenho interesse de partido, tenho interesse da saúde do povo. Há empresas de saúde que fazem convênio com empresa privada X, Y e com Universidades, para ganhar dinheiro. Eu não estou querendo fazer dinheiro com a saúde, estou aqui para usar o dinheiro da saúde, pela saúde”, diz.
O prefeito Alexandre da Carbrás (PSD) colocou-se a disposição para contatar o governador José Melo e o Secretário de Saúde Wilson Alecrim e pedir informações sobre o atraso da liberação do convênio. “Quero me colocar a disposição. Não queremos que chegue ao extremo de fechar e não vamos permitir que o povo sofra com isso. Além dos funcionários e da Diocese temos o problema maior que é o impacto junto ao atendimento a população”, comentou.
Alexandre da Carbrás lamentou que pessoas ligadas a grupos políticos tentam se aproveitar desse momento de fragilidade do Hospital Padre Colombo para criar fatos políticos. “ Isso é lamentável pois algumas pessoas tentaram culpar a prefeitura em decorrência dessa crise aqui.  Nos fazemos o repasse da produtividade do Hospital religiosamente é depositado para a conta da Diocese e está sendo cumprido na risca o acordado. Quando cai na conta da prefeitura e tem os repasses federais.  Temos funcionários municipais e médicos com parceira lá dentro. O Padre Colombo não vive sem o Hospital Jofre Cohen e o Jofre Cohen não pode viver sem o Hospital Padre Colombo. Essas duas instituições são de extrema importância a Parintins”, disse o prefeito.
Ainda na reunião junto ao chefe do Executivo Municipal, com a secretária de saúde Rainez Rocha e a diretoria do Hospital Padre Colombo, o Bispo Giuliano comentou que nas administrações passadas, a Diocese vivia correndo em busca dos ex-prefeitos para cumprirem com o repasse do convênio municipal e agora não tem mais esse tipo de problema.
Segundo o Bispo, o atraso da liberação do Convênio vem de uma recomendação de técnicos da assessoria financeira. O sacerdote lamentou no entanto, que após 14 anos, agora que estão detectando algum de estranho nesse convênio.
Revolta
Nos meios de comunicação e nas redes sociais a população começou a se insurgir contra os políticos que pegaram votos e foram eleitos com votos de Parintins.  “Parintins precisa de apoio. Onde está o deputado Tony Medeiros que tem mandato? Cadê o deputado eleito Bi Garcia, o deputado Josué Neto, Cabo Maciel, David Almeida e os demais que pegaram votos daqui? Eles precisam interceder nesse momento”, protesto o balconista Marcos André.
A vendedora ambulante Laudenice Gomes comentou ser preciso os políticos olharem mais para a população e fazerem fazer suas promessas. “ Na época da campanha eleitoral era tanto candidato prometendo tudo. Entrando dentro da nossa casa e agora. O governo deve ajudar nesse momento e não apenas ano que vem o Padre Colombo”, comentou.
O aposentando Antonilson Silva de Moura comentou que ficou triste ao saber das inúmeras necessidades pelo qual passa o Hospital. Para ele é necessário resolver a situação o quanto antes.
Na Câmara de Parintins o vereador Juliano Petro Velho (PDT) relembrou que em setembro desse ano levou essa denuncia na Tribuna, mas na época, como era período eleitoral, os vereadores que apoiaram o governo estadual, o desmentiram. Mateus Assayag (PSDB) pediu agilidade no processo de tramite de qualquer burocracia que impede a liberação desse convênio. O líder do prefeito Everaldo Batista (PROS) diz ser um otimista e esse convenio vai sair o mais rápido possível e o Hospital não fechará as portas. O vereador Rildo Maia (PSD) condenou pessoas que utilizaram os mídias sociais para acusar o Bispo e a Diocese de estarem desviando recursos do Hospital Padre Colombo. Para Maia essas pessoas ainda não desceram do palanque político.
A reportagem manteve contato com a assessoria do secretário Wilson Alecrim na SUSAM mas não foi atendida, ainda ligamos para o deputado estadual Tony Medeiros (PSL) e para o deputado eleito Frank Bi Garcia (PSDB) para tratar do tema, mas os números deram desligados. Uma manifestação de Movimentos ligados a Igreja Católica vem sendo planejada caso a situação do convênio não seja resolvida.//(Texto e Fotos Hudson Lima).