Economia






Setor elétrico do Amazonas terá R$ 6 bilhões em investimentos, anuncia Eduardo Braga


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    Segundo Eduardo Braga, o objetivo é proporcionar à população amazonense o acesso à energia elétrica com qualidade e confiabilidade
    Segundo Eduardo Braga, o objetivo é proporcionar à população amazonense o acesso à energia elétrica com qualidade e confiabilidade
    O Governo Federal, o Ministério de Minas e Energia e a Eletrobrás investirão R$ 6 bilhões, no Estado do Amazonas, no período de 2015 a 2018.  A informação foi dada nesta sexta-feira, 10 de abril, pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, em Manaus, durante solenidade de posse da nova diretoria da Eletrobrás Amazonas Energia, e consta no Plano de Expansão e Melhorias do Setor Elétrico do Estado do Amazonas.
    As obras previstas vão abranger a capital e interior do Estado. “Este Plano de Obras representa a consolidação de um projeto que já vem sendo implantado há quatro anos e que já consumiu mais de R$ 2 bilhões, com a obra do Linhão de Tucuruí e a preparação de todo o sistema de Manaus para receber essa energia do Sistema Interligado Nacional”, lembrou o ministro.
    Com os novos recursos, está prevista a construção de novas usinas, a integração de novos municípios ao Sistema Interligado Nacional (SIN), a criação de novas linhas e subestações, instalação de novas redes de distribuição, e a expansão do Programa Luz para Todos.
    De acordo com Braga, o objetivo do Plano é proporcionar à população amazonense o acesso à energia elétrica com qualidade e confiabilidade. Para isso, também será aprimorada a gestão da Eletrobras Amazonas Energia, modernizando seus processos e garantindo um atendimento de qualidade a todos os seus consumidores.
    Outro ponto destacado foi o trabalho para a integração regional ao Sistema Interligado Nacional, que vai aumentar a segurança energética aos consumidores amazonenses e, principalmente, aos futuros investidores da indústria e do comércio da região.
    INTERIOR
    O principal desafio é incrementar melhorias nos municípios de Humaita, Parintins, Itacoatiara, Nova Olinda do Norte, entre outros. Somente o sistema de transmissão Oriximiná-Juriti-Parintions representa um investimento de mais de R$ 760 milhões.
    A geração de energia distribuída no interior do Estado será garantida por meio de grupo geradores próprios e locados, além da implantação de novas usinas com Produtores Independentes de Energia.
    Nas bacias dos rios Solimões, Juruá e Japura serão construídas 33 usinas, totalizando 158 MW de potência instalada. Os investimentos estimados são da ordem de R$ 662 milhões.
    Nas regiões do médio Amazonas/Negro, baixo Solimões/Purus e no rio Madeira, serão construídas 47 usinas, com 150 MW de potência total instalada. Nesta fase do Plano de Obras estão estimados investimentos da ordem de R$ 600 milhões.
    Nas comunidades isoladas, serão implantados novos sistemas solares e redes de baixa tensão, com previsão de 14.500 novos sistemas e beneficiando cerca de 72 mil pessoas em 55 municípios contemplados. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 860 milhões.
    LUZ PARA TODOS
    O programa prevê 10.200 novas ligações em 2015 e 2016 com, aproximadamente, 51 mil pessoas atendidas e um investimento de R$ 195 milhões. A estimativa do Ministério de Minas e Energia é que, até 2018, o Luz Para Todos atinja 12.000 novas  ligações em todo o Estado do Amazonas.





    A arte de brigar com os fatos da seca

    Um festival de declarações insensatas se seguiu ao apagão de janeiro – como ocorrera, em 2014, com a falta de água em São Paulo

    MARCELO MOURA E VINICIUS GORCZESKI, COM HARUMI VISCONTI
    16/03/2015 15h40 - Atualizado em 16/03/2015 15h59
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    Choque de realidade - Tema  (Foto: época )
    Choque de realidade - legenda fixa ok  (Foto: época )
    Em meados de janeiro (dia 19), 3 milhões de brasileiros ficaram no escuro em 11 Estados mais o Distrito Federal. A interrupção de energia durou uma hora e meia, mas os transtornos se prolongaram por mais de três horas. Um trem do metrô de São Paulo parou no meio do túnel, com ar-condicionado desligado, iluminado apenas por luzes de emergência. “Ficou muito quente dentro dos vagões, e as pessoas ficaram com dificuldade para respirar”, disse o auditor fiscal Christofer Claro. “Foi preciso abrir a porta à força.” Os brasileiros começaram a falar em apagão. As autoridades se apressaram em dizer que não era bem assim. Exatamente como aconteceu em 2014, quando muitos paulistanos ficaram sem água, mas ninguém admitiu a existência de um racionamento. Confira abaixo o que as autoridades já disseram em 2015 sobre a falta de água e a falta de luz – e o que há de falso e verdadeiro em seus discursos.
    Choque de realidade - energia Eduardo Braga  (Foto: Abre Ueslei Marcelino/Reuters)
    Choque de realidade - 2 raios  (Foto: época )
    Que houve sequência de desligamentos é fato. Que não houve falta de energia no país é algo desmentido pelos fatos. No dia seguinte ao apagão (19 de janeiro), o Brasil passou a importar eletricidade da Argentina durante o período de pico no consumo de energia, entre 10 horas e 17 horas. Chegou a importar 998 MW – suficientes para abastecer 2 milhões de pessoas (Leia sobre isso no balanço do Operador Nacional do Sistema Elétrico, ONS, aqui). Os dois países têm desde 2006 um acordo de parceria - que você pode conferir neste link -, pelo qual um pode emprestar energia ao outro. A importação está prevista, mas não é, como afirmou em nota o ONS, algo “normal e corriqueiro”. A última vez em que o Brasil importou eletricidade da Argentina foi dezembro de 2010. É menos normal e corriqueiro do que a Copa do Mundo, que ocorre a cada quatro anos (Aqui estão os valores importados pelo Brasil à época).
    Choque de realidade - Márcio Zimmermann (Foto: Agência Brasil )
    Choque de realidade - 4 raios  (Foto: época )
    O ministério tentou negar as consequências desastradas do corte abrupto de energia. A ViaQuatro, concessionária que administra a linha de metrô que parou de funcionar, diplomaticamente informou o óbvio: que a interrupção, simultânea ao corte de eletricidade, deveu-se a um problema externo, algo que pode ser lido neste link.
    Choque de realidade - Hermes  (Foto: Agência Brasil )
    Choque de realidade - 2 raios  (Foto: época )
    A frase já é contraditória em si e mostra uma pretensão perigosa. “Quem garante 100% de segurança no sistema elétrico está mentindo”, afirma Luiz Pinguelli Rosa, presidente da Eletrobrás entre 2003 e 2004 e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “As linhas de transmissão têm extensão continental, sempre sujeita a falhas, e a falta de chuvas aumenta a incerteza.” A falta de chuvas no início de 2015 diminuiu a capacidade de geração das usinas hidrelétricas em todo o país, especialmente na Região Sudeste, onde o consumo é maior (confira os níveis dos principais reservatórios) . Em janeiro, das 18 hidrelétricas do país, 17 já estavam com o nível de seus reservatórios abaixo do que estavam em 2001, quando o Brasil precisou fazer racionamento (leia a série histórica). A participação de usinas termoelétricas, menos confiáveis, subiu do patamar histórico de 20% para 40%. É importante ressaltar que, desde 2001, o país diversificou suas fontes de geração de energia, com grande aumento no número de usinas termoelétricas, eólicas e solares..
    Choque de realidade - Dilma Rousseff  (Foto: Agência Brasil )
    Choque de realidade - 1 raio - promessas ao vento  (Foto: época )
    A Usina Hidrelétrica de Santo Antônio só entrou em operação em março de 2012. O prazo de conclusão foi adiado para o ano que vem. “Quando estiver concluída, em 2016, Santo Antônio terá 50 turbinas em operação”, informa aqui o site do Programa de Aceleração do Crescimento. Outras grandes usinas, como Jirau, Belo Monte e Angra 3, também estão com andamento atrasado. “Se os prazos de conclusão das obras fossem cumpridos, o país teria capacidade de geração cerca de 15% maior, suficiente para reduzir o uso de pequenas termoelétricas, baixar o custo da energia e evitar interrupções no fornecimento”, diz Pinguelli.
    Choque de realidade - Alckmin  (Foto: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo)
    Choque de realidade - 3 raios  (Foto: época )
    Em campanha pela reeleição, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi taxativo ao negar a possibilidade de racionamento. Foi uma afirmação danosa para um Estado que precisava poupar água com urgência. Desde 2011, o reservatório do Sistema Cantareira, responsável por quase metade do abastecimento da região metropolitana de São Paulo, terminava o ano com saldo negativo. Em maio de 2014, pela primeira vez, foi necessário recorrer ao volume morto – uma reserva técnica.
    Passada a eleição, Alckmin diz a verdade. São Paulo aprovou a cobrança de sobretaxa a quem gastar água acima da média – iniciativa complementar ao desconto oferecido a quem economizar. Com chuvas abaixo da média também em 2015 (como mostra este relatório), São Paulo corria o risco de ficar sem água até o fim do verão. A previsão sombria pode ter sido adiada graças à bondade de São Pedro, e suas chuvas de fevereiro (com elas, o Sistema Cantareira dobrou  o nível de sua capacidade, para 11,7%, ao somar-se o nível negativo do volume útil com a primeira cota da reserva técnica). Apesar dessa alta, o nível do sistema ainda é preocupante. O novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, prometeu informar no site da companhia os horários de pressão mais baixa na rede, quando os bairros ficam sem água (confira, numa página criada por ÉPOCA, a situação do seu bairro aqui). “É evidente que, na crise atual, a Sabesp não tem como prestar o serviço como se a situação fosse de normalidade”, diz Kelman. “Não é sensato brigar com os fatos.” Finalmente, o óbvio.
    Choque de realidade - Alckmin  (Foto: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo)
    Choque de realidade - 4 raios  (Foto: época )
    No mesmo dia 6 de outubro, a Sabesp, companhia de água do Estado, subordinada ao governador, anunciou que recorria à segunda reserva técnica – ou segundo volume morto (confira os níveis do Sistema Cantareira).



    segunda-feira, 5 de janeiro de 2015


    CONSULTOR DIZ QUE PARAGUAI É AMEAÇA REAL À ZFM E SUGERE IMPLANTAÇÃO DE FERROVIA COMO SOLUÇÃO PARA BR-319 - ITACOATIARA ESTÁ NO GAME !

    Foto: Dayse Nunes / Portal do Zacarias

    Fábio Lampert: “Cabe uma ferrovia de alta velocidade na questão da BR-319, capaz de transportar cargas e até passageiros, em uma velocidade maior. É uma questão de custos"
    Há dois anos longe de Manaus, onde atuou na Sony, na Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam) e no Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), o gaúcho Fábio Lampert, hoje radicado em Curitiba, servindo à Stefanini, empresa de consultoria na área de tecnologia da informação e gestão de negócios, diz que o PIM vive um momento de instabilidade preocupante. “Os polos relojoeiro e termoplástico sofreram quedas preocupantes, o polo de duas rodas também está pelas tabelas. O polo eletroeletrônico vai mal por causa de uma questão de mudança cultural”, adverte, chamando a atenção para necessidade de renovação do modelo ZFM.




    Por J Taketomi, editor de Política do PORTAL DO ZACARIAS

    PORTAL DO ZACARIAS – O governador José Melo acaba de reassumir o governo anunciando um plano estratégico de desenvolvimento que, dentre outras coisas, pretende mudar a geografia econômica do Estado, investindo na duplicação da Estrada AM-010 e transformando o Porto de Itacoatiara em referência portuária na região Norte. Essa é a estratégia certa para o Amazonas?

    Fábio Lampert – Alguns estados brasileiros já tiraram seus principais portos das capitais, colocando-os em regiões limítrofes de suas áreas metropolitanas. Isso é extremamente positivo, pois é um movimento de atualização, inclusive tecnológica. A estrutura do Porto de Manaus está ultrapassada e requer um investimento muito grande. O governador José Melo, então, está correto ao investir no Porto de Itacoatiara. Ele faz seu movimento de atualização. A área do Porto de Itacoatiara, na beira do Rio Amazonas, recebe navios de grande calado de forma perene. Eu sugiro que o governador, além da duplicação da AM-10, pense também na construção de uma ferrovia, a exemplo do que existe em Paranaguá, no Paraná, onde as cargas mais pesadas são escoadas por ferrovia. A ferrovia é um meio de transporte eficiente e barato.



    Portal – A ferrovia não seria, igualmente, a solução para o problema do asfaltamento de um trecho de 400 quilômetros da BR-319 (Manaus-Porto Velho), fonte de polêmica que se arrasta há anos por implicar questões ambientais que nunca se resolvem?

    Fábio – Sim, cabe uma ferrovia de alta velocidade na questão da BR-319, capaz de transportar cargas e até passageiros, em uma velocidade maior. É uma questão de custos. Europa, Estados Unidos e Canadá não abandonaram as ferrovias, uma excelente opção de transporte de baixo custo barato de carga. O Estado do Amazonas economizaria muito com uma ferrovia, que eliminaria frotas e mais frotas de caminhões movidos a diesel. O petróleo é caro e poluente, e, logo, a ferrovia rodovia se impõe por ser uma solução verde e mais econômica.

    Portal – Os empresários do Polo Industrial de Manaus exigem, das autoridades estaduais e federais, providências imediatas em termos de logística de transporte, sob pena de o PIM definhar mais do que já está ocorrendo. Como o senhor vê essa questão?

    Fábio – Em primeiro lugar, o PIM está muito pressionado pelo desenvolvimento muito acelerado da China. E existe agora o fator Paraguai, que não está sendo muito badalado na imprensa de Manaus, mas é uma ameaça real ao PIM. O Paraguai, que está crescendo muito do ponto de vista industrial, abriga 123 empresas brasileiras que importam produtos sem pagar nenhuma taxa e os exportam para o Mercosul.

    “Além da duplicação da AM-10, o governador José Melo deve pensar também na construção
    de uma ferrovia, a exemplo do que existe em Paranaguá, no Paraná, onde as cargas mais
    pesadas são escoadas por ferrovia. A ferrovia é um meio de transporte eficiente e barato”

    Portal – Isso é uma ameaça real à Zona Franca de Manaus.

    Fábio – Sim, é uma ameaça real que está sendo fortemente observada pela Federação das Indústrias do Paraná e pela Federação do Estado do Mato Grosso que já enviaram comitivas de empresários para verificarem possibilidades de investimentos no lado paraguaio. A indústria sulista está pressionada e procura novas alternativas para vender produtos a custos mais baixos e manter sua competitividade no cenário internacional. O Paraguai é uma saída para essa indústria, e um outro país que caminha nesse sentido é o Uruguai. O Paraguai tem a vantagem da energia, tem a Hidrelétrica de Itaipu. Ele não tem porto, mas tem aeroporto e energia elétrica de sobra, e tem baixa carga tributária. Também conta com boa mão-de-obra, próximo que é de estados como Paraná e São Paulo, sem contar os brasiguaios, cerca de 300 mil brasileiros que vivem no Paraguai. À medida em que mais empresas se instalam lá, mais pessoas migram em busca de empregos. A fronteira é aberta. Isso acaba sendo uma ameaça séria ao modelo ZFM.

    Portal – Antes, se falava no Paraguai apenas por causa do seu “importabando” a partir da fronteira Foz do Iguaçu/Ciudad Del Este. Mas, agora, o Paraguai se apresenta como um agente de real perigo às vantagens comparativas da nossa ZFM?

    Fábio – Sim. Horácio Cartes, que é o atual presidente do Paraguai, tem uma visão empresarial e está mostrando que quer transformar o país num local de investimentos. O Paraguai mantém acordo de preferência comercial com a União Européia e está firmando outro com os Estados Unidos. O plano é transformar o Paraguai numa plataforma de exportações no Mercosul. Não devemos esquecer que recentemente Cartes esteve em Brasília, acompanhado de seus ministros, e recepcionou mais de 170 empresários brasileiros em evento promovido na capital paraguaia. No evento, o presidente cumprimentou a todos pessoalmente e deixou claro que quer saber onde queremos investir e de que forma desejamos fazê-lo. Adicionalmente, também há uma atividade agrícola importante envolvendo os ‘brasiguaios’. Lá no Paraguai há plantações de soja, algodão, menta e capim-limão, que é nosso conhecido capim-santo. Desse capim é extraído o óleo de citronela, utilizado para toda a indústria cosmética e farmacêutica. Ele é largamente consumido e o processamento desse óleo é feito dentro do Paraguai. O óleo é acondicionado em tambores de aço inoxidável e exportado para várias partes do mundo. Lá no Paraguai tem plantação de menta e de erva mate. É necessário que todos fiquem atentos. O Amazonas, como a gente sabe, tem capim-santo como mato, como um vegetal qualquer.

    Portal – O que o Amazonas pode fazer diante de uma nova realidade como essa?

    Fábio – Esse é um problema a gente não resolve bloqueando o que está acontecendo em outras regiões. O que temos que fazer é buscar um modelo de desenvolvimento bastante agressivo. A região Norte vai crescer demais quando o Estado do Amazonas acordar. O Amazonas é o que mais tem a ganhar e o que mais tem a perder se não tomar uma iniciativa forte e moderna agora. Não se trata de extinguir o modelo ZFM, mas, sim, renová-lo. O PIM vive um momento de instabilidade preocupante. Os polos relojoeiro e termoplástico sofreram quedas preocupantes, o polo de duas rodas também está pelas tabelas. O polo eletroeletrônico vai mal por causa de uma questão de mudança cultural. É que os jovens hoje não querem mais ver televisão, eles dispõem de tudo na Internet. Cada vez mais haverá fusão de tecnologias e é preciso o Amazonas despertar para isso. A linha branca também está mudando em todo o país. Vários tipos de eletrodomésticos serão abolidos em breve. São atividades que decaem, abrindo espaços para novas atividades emergentes no mundo. E quando se fala em tecnologia, fala-se não apenas em tecnologia da informação, mas tecnologia de desenvolvimento genético, tecnologia de biociência, tecnologia de robótica, tecnologia farmacêutica. O Amazonas está fazendo gestões para atrair essas tecnologias para substituírem atividades que já decaíram no PIM ? Essa é a pergunta que se impõe.

    Fábio Lampert com o jornalista Juscelino Taketomi na Redação do PORTAL DO ZACARIAS:
    “A indústria sulista está pressionada e procura novas alternativas para vender produtos
    a custos mais baixos e manter sua competitividade no cenário internacional. O Paraguai é uma
    saída para essa indústria. O Paraguai tem a vantagem da energia, tem a Hidrelétrica de Itaipu"
    (Fotos: Dayse Nunes / Portal do Zacarias)
     Portal – Fala-se no Amazonas como um polo internacional de turismo.

    Fábio – Fala-se muito, mas o que se está fazendo para tornar Manaus uma cidade realmente atrativa para o turismo internacional ?.Houve algumas providências por parte da iniciativa privada com a construção de hotéis de selva. Não houve mais nada. Enquanto isso, há duas semanas Curitiba ganhou da BBC de Londres um prêmio por ser uma das dez cidades com melhor qualidade de ar no mundo. Curitiba foi distinguida por possuir grande infraestrutura de opções para o turista se divertir, com seus parques e opções de diversão noturna. Esse prêmio bem que poderia distinguir Manaus, que tem vocação natural para tanto. Mas, Manaus exige investimentos nesse sentido, exige a renovação do modelo ZFM.

    Portal – O Estado do Amazonas está acomodado e ainda terá que enfrentar uma nova guerra fiscal contra os estados do Sul e do Sudeste por conta dos produtos de informática cujas tecnologias se dinamizam a cada instante. O senhor não concorda?

    Fábio – A tendência é desaparecer a fronteira entre o que é e não é bem de informática. A tecnologia da informação está presente hoje em todos os processos empresarias e, basicamente, do ponto de vista fiscal, o Governo Federal força a barra para que se use nota fiscal eletrônica, escrituração fiscal eletrônica. Isso é algo que vai evoluir de forma muito rápida. Mas, quanto a questão da guerra fiscal, ela continuará a existir, sem dúvida. O que o Amazonas tem que fazer é sair do discurso para a prática. Há trinta anos se fala que o Amazonas tem potencial turístico. No entanto, o Estado nunca saiu do potencial. Estados como Paraná e Santa Catarina conseguiram sair do discurso buscando, inclusive, recursos internacionais. O Amazonas tem que fazer o seu dever de casa e ir além das facilidades dos incentivos fiscais que possui há cinqüenta anos. O governador José Melo parece disposto a acender uma luz no fim desse túnel histórico.






    Vereador denúncia na Aleam comércio ilegal em Tabatinga


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    "Os nossos vizinhos peruanos invadiram a nossa cidade e eu não sei porque as autoridades competentes não enxergam essa realidade", disse o vereador Hayassan
    “Os nossos vizinhos peruanos invadiram a nossa cidade e eu não sei porque as autoridades competentes não enxergam essa realidade”, disse o vereador Hayassan
    O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Amazonas (CDC-Aleam), deputado estadual Marcos Rotta (PMDB), denunciou mais uma vez a falta de fiscalização nas fronteiras do Amazonas, o que implica na entrada e comercialização de produtos impróprios ao consumo no interior do Estado, especialmente no município de Tabatinga (a 1.105 quilômetros de Manaus). Os comerciantes peruanos, além de adentrarem o Brasil sem pagar impostos pelos produtos, também trazem mão de obra estrangeira.
    “Isso causa um problema social muito grande, porque está desempregando as famílias de Tabatinga. Existe, inclusive, suspeitas de que este aumento desenfreado no comércio do município esteja sendo financiado pelo tráfico de entorpecentes. Nós estamos em uma rota de tráfico e cerca de 200 toneladas de drogas entram pelo Amazonas via Tabatinga. Várias ruas estão tomadas exclusivamente por empresários peruanos que comercializam produtos do Peru que não atendem as normas de segurança, higiene e as normas do Código de Defesa do Consumidor. São produtos que adentram o Brasil sem nenhum tipo de controle, isso é muito sério e causa instabilidade na questão da saúde pública. Muitos comerciantes estão fechando as suas portas em detrimento da concorrência desleal entre peruanos e brasileiros. O curioso é que você não consegue atravessar as fronteiras do Brasil com os outros países, mas dos outros países para o Brasil não há qualquer tipo de controle e fiscalização. Então é preciso que as nossas autoridades federais enxerguem o tamanho do problema que envolve o Estado, particularmente o município de Tabatinga”, afirmou Rotta.
    A denúncia foi formalizada nesta quinta-feira (13) pelo vereador de Tabatinga Hilal Hayssan (PTN), durante Cessão de Tempo na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
    “Agradeço a iniciativa do deputado Marcos Rotta no pedido desta Cessão de Tempo, porque o assunto é muito grave. Os nossos vizinhos peruanos invadiram a nossa cidade e eu não sei porque as autoridades competentes não enxergam essa realidade. Isso causa um grande dano, principalmente aos comerciantes de Tabatinga e aos moradores. Os comerciantes peruanos não pagam nenhum tipo de imposto e por isso não há concorrência leal com os produtos brasileiros. Um exemplo é o valor dos refrigerantes. Um pacote  de 2 litros de refrigerante, por exemplo, com seis unidades, brasileiro, custa entre 23 e 27 reais. O produto peruano custa em torno de 11 a 13 reais. Os produtos brasileiros estão vencendo nas prateleiras e os nossos comerciantes estão falindo. Isso gera desemprego na cidade e nos sabemos que Tabatinga é muito carente de empregos”, afirmou o vereador Hilal Hayssan, que também lamentou a falta de fiscalização e higiene desses produtos.
    “Não há qualidade e nem fiscalização desses produtos peruanos. Os refrigerantes são lavados em água suja e os nossos moradores consomem esse refrigerante porque têm o preço menor. Como pode se ter saúde com essa problemática? eu apelo às nossas autoridades para mudar essa situação”, disse o vereador. 
    Hilal Hayssan também denunciou a má qualidade na prestação de serviço de telefonia móvel, o problema na pavimentação das ruas de Tabatinga e a superlotação no presídio do município.
    “Gostaria de pedir uma reforma no nosso presídio. A capacidade é de 90 a 150 presos e temos mais de 250, sendo que o raio feminino é misturado com o raio masculino, isso causa inúmeros problemas. Além disso, tem o problema da telefonia. A operadora Vivo não disponibiliza sinal, é quase impossível fazer ou receber uma ligação pelo celular em Tabatinga. O prédio onde se encontra a torre da operadora está tomado pelo mato. Um técnico me afirmou que a Vivo trabalha com 10 megas e o ideal, segundo o próprio técnico da empresa, seria 30 megas. Quanto à pavimentação da nossa cidade, é pior ainda. Não sei o motivo desse serviço feito pela empresa KPK. Algumas ruas foram asfaltadas há 3 meses e hoje estão no barro. Peço apoio da Comissão de Obras da Aleam para que faça visita no município e verifique essa situação”, reivindicou o vereador. 
    O presidente da Comissão de Obras da Aleam, deputado estadual Marco Antônio Chico Preto (PMN) se comprometeu em atender a reivindicação. “Na próxima semana eu irei ao município de Tabatinga verificar pessoalmente, junto ao vereador Hilal Hayssan, a situação da pavimentação das ruas do município. Faremos um relatório e imediatamente tomaremos as devidas providências”, afirmou Chico Preto.
    Rotta também afirma que não medirá esforços para atender ás demandas que interessam diretamente à população de Tabatinga.
    “Vamos dividir as denúncias e enviar ofícios a todos os órgãos competentes. A secretaria de infra-estrutura precisa tomar conhecimento, se já não sabe da precariedade dos serviços, da péssima qualidade do asfalto. Eu e o deputado Wanderley Dallas estivemos em Tabatinga, constatamos a má qualidade no fornecimento asfáltico. Quanto à questão prisional, Tabatinga é um município fronteiriço que merece atenção especial porque muitas prisões são feitas na cidade e hoje esses presos estão alojados em condições extremamente precárias. Homens e mulheres dividindo a mesma cela, o que contraria a legislação. Tabatinga pede socorro e não restou alternativa ao vereador Hilal, a não ser vir a este parlamento, depositando a sua confiança na ação dos parlamentares estaduais e nós, do PMDB, abrimos hoje o espaço para que o vereador fizesse explanação ao plenário da Aleam, à mesa diretora e ás nossas autoridades, tanto do Estado, quanto da União, para que Tabatinga possa merecer um pouco mais de atenção e cuidado com relação a esses problemas seríssimos que o município enfrenta”, finalizou Rotta.


    Atraso de pagamento

    caixa
    Sinais de atraso
    Acendeu uma luz amarela entre as empreiteiras que constroem para o Minha Casa Minha Vida. Não por causa do atraso de alguns dias nos pagamentos devidos pelo governo. Mas por sinais emitidos pela Caixa Econômica Federal de que os pagamentos de dezembro vão atrasar muito mais.
    Por Lauro Jardim

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