sábado, 8 de novembro de 2014

Amazônia: Saqueadores de terra pública sonegam R$ 270 milhões por ano só no Pará

Falta de fiscalização e punição

ALEXANDRE MANSUR
 (Foto: Valter Campanato/ABr)

O desmatamento ilegal na Amazônia soma uma série de prejuízos ao país. Além do desastre ambiental de jogar fora recursos naturais, estragar o clima e destruir o ciclo de água. Parte dessa destruição é feita por especuladores que se apropriam de terras públicas, derrubam a floresta para dar uma aparência de atividade produtiva e forjam documentos para vender a área. Uma das maneiras de coibir esse do avanço predatório é a cobrança de um imposto que penaliza quem usa mal a terra.
O Imposto Territorial Rural (ITR) surgiu com uma boa intenção. O ITR deve ser pago anualmente pelos proprietários ou posseiros de terras rurais com base no valor de mercado da terra, no grau de utilização do imóvel e o tamanho da propriedade. Em tese, a taxa seria maior para grandes propriedades com baixa produtividade. Isso levaria a um melhor aproveitamento do solo. Também deveria inibir a ocupação irregular de terras públicas e o desmatamento para especular com a terra. Mas não é o que acontece, segundo um novo estudo do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O estudo avaliou a cobrança do imposto em 56% da área desmatada no Pará. Concluiu que são sonegados R$ 270 milhões por ano só no estado do Pará. Os especuladores e grileiros que não pagam o imposto ficam mais livres para saquear terras públicas impunemente.

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