Montagem mostra uma mini-saia |
Blog do Pávulo
Uma advogada de Bauru (329 km de
São Paulo) foi barrada por seguranças duas vezes no período de uma
semana ao tentar entrar no Fórum de Barueri (31 km de São Paulo)
com uma saia com altura dois dedos acima dos joelhos. A alegação é
que a vestimenta não era adequada ao padrão da comarca. Ela enviou
um comunicado à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Bauru, que
irá analisar que medida irá tomar sobre o caso.
A advogada Ana Carolina Borges, 27
anos, relatou que foi até Barueri para distribuir uma ação
trabalhista em 1º de dezembro quando foi barrada pelo segurança.
Depois de argumentar com o profissional, ela acabou entrando no
local. "Ele alegou que a roupa não era condizente com o padrão
da comarca e me mostrou essa determinação. Argumentei, mas ele não
cedeu e eu acabei entrando sem autorização", disse.
Sete dias depois, ela teve que
voltar ao local, onde foi novamente barrada. "Mas aí gravei a
conversa e fiz as imagens, inclusive da norma. Nesse dia, tive a
entrada autorizada, mas resolvi comunicar a diretoria da OAB de
Bauru", disse.
Para a advogada, ser barrada ao
trabalhar representa uma situação absurda. "É um absurdo o
Estado querer impor o que iremos vestir. Eu ainda tive que ouvir que
me exponho por aí, que eu não ando com roupas condizentes. Mas o
que é condizente, quem determina isso?", pergunta.
Ainda segundo ela, embora o
segurança tenha sido discreto, a situação é intolerável. "Fiquei
irritadíssima, perdi mais de uma hora discutindo e esperando ser
liberada sendo que tudo o que fui fazer lá foi trabalhar",
argumentou.
O presidente da OAB de Bauru,
Alessandro Cunha Carvalho, informou que ainda não tomou ciência do
comunicado, mas que, ao fazê-lo, irá definir, em conjunto com sua
diretoria, quais medidas irá tomar. "Mas certamente iremos
atuar para impedir que advogados sejam barrados ao executarem seu
trabalho", informou ele. Carvalho também afirmou desconhecer
que outros advogados tenham sido barrados no Estado de São Paulo.
"Me parece que é um caso único no Estado. Eu, pelo menos, não
tive conhecimento de outras ações similares", informou.
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