sábado, 20 de dezembro de 2014

Julgamento dos políticos será a conta gotas

ILIMAR FRANCO
Julgamento individual

O escândalo Petrobras não terá um inquérito gigante, como o mensalão, nem será enviado ao Congresso um listão de réus. O ministro do STF Teori Zavascki e o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, decidiram que cada político citado, nas delações premiadas, terá um processo autônomo. A Procuradoria não vai fermentar um bolo, recheado de políticos, mas enviar fatia por fatia ao Supremo os pedidos de abertura de inquérito contra os detentores de mandato.

O presidente do STF Teori Zavascki só pedirá a abertura de inquérito contra os políticos com mandato eletivo depois que o Ministério Público enviar o pedido de investigação relacionando nomes, fatos e imputações criminais. Esta é a praxe no STF e isto foi o combinado com o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e este já informou à imprensa que somente fará isso em fevereiro, no retorno do Judiciário do recesso.

Este já foi o procedimento adotado no caso do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. O seu acordo de delação premiada chegou ao STF na última quinzena de setembro. Nela eram relacionados políticos e Teori limitou-se a homologar a delação. O acordo de delação com o doleiro Alberto Youssef chegou nesta quarta-feira no STF e a assessoria do tribunal antecipou que, no máximo, seria homologada a delação premiada.

No STF, a informação é a de que é "humanamente impossível", mesmo que o ministro Teori tivesse essa intenção, determinar a abertura de uma investigação geral. A delação premiada chegou nas mãos do ministro há dois dias. Um assessor explicou também: "A delação é um processo muito extenso, são muitos fatos e indícios de envolvimento de muitas pessoas. O presidente tem que analisar a conteúdo da delação, verificar se os fatos têm conexão e se fazem sentido. Era humanamento impossível que isso ocorresse hoje".


Os assessores de Teori esclareceram ainda, que "o que se faz normalmente" é esperar pela manifestação do Ministério Público, o que só ocorrerá em fevereiro, segundo já havia declarado Rodrigo Janot.

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