ILIMAR FRANCO
Julgamento individual |
O escândalo Petrobras não terá um inquérito gigante,
como o mensalão, nem será enviado ao Congresso um listão de réus.
O ministro do STF Teori Zavascki e o procurador-Geral da República,
Rodrigo Janot, decidiram que cada político citado, nas delações
premiadas, terá um processo autônomo. A Procuradoria não vai
fermentar um bolo, recheado de políticos, mas enviar fatia por fatia
ao Supremo os pedidos de abertura de inquérito contra os detentores
de mandato.
O presidente do STF Teori Zavascki só pedirá a abertura de
inquérito contra os políticos com mandato eletivo depois que o
Ministério Público enviar o pedido de investigação relacionando
nomes, fatos e imputações criminais. Esta é a praxe no STF e isto
foi o combinado com o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot,
e este já informou à imprensa que somente fará isso em fevereiro,
no retorno do Judiciário do recesso.
Este já foi o procedimento adotado no caso do ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa. O seu acordo de delação premiada
chegou ao STF na última quinzena de setembro. Nela eram relacionados
políticos e Teori limitou-se a homologar a delação. O acordo de
delação com o doleiro Alberto Youssef chegou nesta quarta-feira no
STF e a assessoria do tribunal antecipou que, no máximo, seria
homologada a delação premiada.
No STF, a informação é a de que é "humanamente impossível",
mesmo que o ministro Teori tivesse essa intenção, determinar a
abertura de uma investigação geral. A delação premiada chegou nas
mãos do ministro há dois dias. Um assessor explicou também: "A
delação é um processo muito extenso, são muitos fatos e indícios
de envolvimento de muitas pessoas. O presidente tem que analisar a
conteúdo da delação, verificar se os fatos têm conexão e se
fazem sentido. Era humanamento impossível que isso ocorresse hoje".
Os assessores de Teori esclareceram ainda, que "o que se faz
normalmente" é esperar pela manifestação do Ministério
Público, o que só ocorrerá em fevereiro, segundo já havia
declarado Rodrigo Janot.
Nenhum comentário:
Postar um comentário