ACRIMA - Amazonfest
Visto pelos críticos e
torcedores com um dos técnicos diferenciados e com futuro promissor no futebol
amazonense, Marcos Francisco Bastos Alexandre, 40, conhecido como Marcos Piter,
vai ter a oportunidade de confirmar as críticas positivas e também de resgatar
a ausência de títulos – de mais de três anos – do Penarol de Itacoatiara
(distante 174 quilômetros de Manaus) em 2015.
Técnico Marcos Piter |
Revelado
pelo Operário – maior rival do Tubarão do Solimões – em 2011,
o treinador só entrou para o pequeno grupo de técnicos amazonenses promissores
graças ao bom trabalho apresentado no Princesa. O título inédito no Campeonato
Amazonense em 2013 garantiu vaga para Copa Verde e a Copa do Brasil, sendo
eliminado no segundo jogo da segunda fase do torneio para o Santos dentro da Vila
Belmiro.
De casa nova, após um período de seis meses longe da beira
do gramado, o treinador não ficou descansando e passou a participar cursos de
aprimoramento para técnicos de futebol por meio da internet. Ao CRAQUE, Piter
revelou que espera trazer de volta ao Leão da Velha Serpa os títulos. Falou da
capacitação profissional e do sonho de comandar equipes de fora do Amazonas.
Que
treinador é referência para o Marcos Piter?
Quando comecei minha carreira tinha uma admiração, no
Amazonas, pelo Aderbal Lana. Tive a felicidade de trabalhar com ele no São
Raimundo. Agora me espelho no Tite pela personalidade e profissionalismo. É um
treinador bem aplicado, justo, conquistou vários títulos, possui uma carreira
talentosa, é muito inteligente, observa muito o adversário e é bem aplicado na
tática. Me espelho muito nele e no Lana.
Você faz parte de uma nova geração de treinadores. Você acha
que o esquema tático utilizado pelos treinadores locais está ultrapassado?
Estou no futebol amazonense há mais de 10 anos e vejo um
futebol equilibrado, com força e marcação. No Princesa, por saber como é o
Campeonato Amazonense, deu certo. Usei a característica do campeonato e mesmo
tempo utilizei muita velocidade e graças a Deus deu certo. Procuro jogar muito
no 4-4-2 (esquema que prioriza a posse e toque de bola) que é o tradicional no
futebol brasileiro, analisando os jogos no 4-2-3-1 no 4-1-4-1 este é o esquema
mais utilizado no Brasil e futebol mundial. Mas o esquema é conforme o
Campeonato Amazonense, e é claro que a gente muda, faz as variações do 4-4-2
para 4-3-3 no decorrer (da partida).
Você
continua estudando?
Sim. Fiz curso em 2013 na Granja Comary, no Rio de Janeiro e
não parei. Estou fazendo um curso on-line de ordem tática e de posicionamento.
Sou um cara estudioso no futebol. Nosso futebol tem limitações, nosso
campeonato é muito curto e temos que ter muita inteligência e o curso me deu
mais experiência e me ajudou bastante na questão tática e de posicionamento.
Gosto de jogar atacando não me defendo.
O jogador
do Amazonas é obediente taticamente?
O futebol amazonense tem que ter um comando pra isso, tem
que ter um cara muito profissional, mas os jogadores eram obedientes
taticamente, até os próprios de fora me respeitaram e fizeram um grande
campeonato. Os jogadores são obedientes, sim. Basta ter comando.
Sua
meta é sair do Amazonas e comandar outras equipes?
Pretendo. Tive oportunidades de sair, várias equipes me
chamaram, até mesmo quando estava dirigindo o Princesa, mas achei que não
estava preparado. O que aconteceu comigo (bons resultados no clube) não subiu
para a cabeça. Preciso fazer mais um Campeonato Amazonense para aí sim sair do
Amazonas. Sou humilde e tenho o pé no chão. Só estudando e com profissionalismo
conseguimos vencer. Futuramente vou estar no cenário nacional, ainda não está na
hora, tenho que pensar grande e acredito que vou trabalhar num time fora do
Amazonas. Tenho que pensar grande, mas o meu pensamento está no Penarol.
Imaginava
trabalhar no Penarol?
Eu particularmente sabia de muitas especulações de que o São
Raimundo, Penarol e o Manaus FC estavam interessados, mas nada oficial. Alguns
jogadores do Princesa me avisaram que havia interesse do Penarol. De concreto
quem me ligou mesmo foi só o Penarol e nós marcamos uma conversa em Manaus e
acertamos. Meu nome foi jogado na mesa e 80% da diretoria quis que eu fosse
treinador. Estou muito feliz pelo carinho e por confiarem no meu trabalho.
O que
falaram os torcedores do Princesa quando você foi para o Penarol?
Deram muita força, parabéns e desejaram sucesso e que tudo
vai dar certo. Nenhum torcedor na rua me xingou e só me agradeceram pelo que
fiz pelo Princesa, pelo título inédito em cima do Nacional. O carinho deles
(torcedores do Princesa) comigo é fantástico.
E a
família como fica?
Minha esposa trabalha, meu filho estuda e vou ficar sozinho.
Eles são meus torcedores fantásticos. Minha mãe, meus irmãos e minha esposa
sempre oram por mim. Sofri muito com o Princesa e ficava até duas da manhã
acordado, analisando os jogos. O pessoal (torcedores) nunca ficavam satisfeito,
tinha que ficar ganhando o tempo todo e sempre estou me cobrando e no Penarol
não vai ser diferente. Minha mãe tem 80 anos e infelizmente não vai estar
comigo, perto de mim.
Como
você encara esse novo desafio?
Vai ser importante. A torcida é muito apaixonada e cobra
muito. O Penarol é um time de ponta. É bicampeão amazonense e tem uma estrutura
muito boa. Tive uma conversa com a presidente (Patrícia Serudo), é muito
inteligente e me deu carta branca. Ela não decide nada sozinha, tem uma
diretoria que dá suporte e apoio. Vai ser complicado, tem uma torcida que
cobra, mas é saudável e gostoso. Estou acostumado com isso e vou fazer o
impossível e possível para fazer um grande trabalho no Penarol.
Você
guarda algum tipo de mágoa do Princesa?
Não guardo mágoa nenhuma. Só quero agradecer a oportunidade
que me deram. Fui pego de surpresa com a minha saída, infelizmente a diretoria
não falou o porquê da minha saída. Os torcedores falam que eu não tive culpa,
mas que não poderia aparecer mais que eles (diretoria)… Repito, quem fala isso
são os torcedores, ouço isso dos torcedores, não eu Marcos Piter que está
afirmando. Mas mágoas não tenho. Deixei as portas abertas e tenho muito
respeito pelo Princesa.
Qual o
planejamento para a conquista do Estadual?
Primeiro tem que ter comprometimento, outro desafio é fazer
aquilo que fiz no Princesa. Vou exigir profissionalismo e conhecer a
característica de cada jogador que vai para o Penarol. O jogador tem que ter
prazer, não obrigação em vestir a camisa do Penarol. Se pensarmos dessa forma
vamos chegar ao nosso objetivo. Quando começar o treinamento vamos sentar pra
conversar. Pedi para ela (Patrícia Serudo) de 30 a 40 dias e, junto com a
comissão técnica, vamos realizar um trabalho, vai ser um desafio e tanto.
As
contratações já estão definidas?
Aqui no Penarol temos uma presidente inteligente que dá
liberdade para conversar. Tudo é decidido com o aval da diretoria e isso é
muito bom. Temos 12 atletas que estão certos com o clube, mas não podemos falar
os nomes. Agora chegou o Jairo que é um goleiro experiente, um grande goleiro,
e espero que ele venha pra somar e faça um grande campeonato, assim como o
Robson que é um goleiro novo, mas muito talentoso.
Qual o
futuro do futebol amazonense?
Eu quero que o nosso futebol cresça, e pra isso temos que
passar da quarta divisão para a terceira divisão para sermos mais vistos e não
estamos conseguindo isso. O nosso futebol só esteve no cenário nacional por
causa do São Raimundo. Espero que o Nacional consiga subir para sermos mais vistos
e ainda fazer grandes jogos como o Princesa fez na Copa do Brasil.
Se
estivesse no comando do Princesa ele iria mais longe na Série D?
Eu acredito que sim. Eu tinha o time na mão, teria só que
fortalecer algumas peças como um lateral-esquerdo. Nesse tempo o time tinha
comando.
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