quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O que teria mudado Eron Bezerra, antes inimigo da corrupção e agora às voltas com ela?

Por Portal do Zacarias
Eron Bezerra: mudança radical
Não poderia ser mais humilhante e melancólica a saída do parlamento amazonense do "comandante" Eron Bezerra, considerado ao longo de mais de duas décadas como uma espécie de muralha em defesa da dignidade, da honra e da moralidade pública.

Lamentavelmente, o legendário comandante, líder estudantil e das massas operárias se despede em janeiro com sua imagem e história chamuscadas pela pela indecência pública que tanto combateu como valente tribuno em nome da honradez e da lisura administrativa apregoada pela República Brasileira.

Diz o jornal A Crítica na sua edição de domingo que Eron Bezerra, ex-secretário da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), pagou R$ 667 mil em adiantamentos que não tiveram destinação comprovada.

Na mesma reportagem, o matutino diz com todas as letras que entre 2010 e 2013 os adiantamentos concedidos pela Sepror totalizaram R$ 2,2 milhões.

O que é isso, comandante Eron? Essa não era a sua bandeira nas portas de fábrica e agremiações estudantis onde costumava desqualificar as práticas gerenciais de Amazonino e Eduardo Braga diante da coisa pública.

Antes, para Eron, pagamento adiantado sem a competente comprovação era CORRUPÇÃO.
É claro que ninguém o está chamando de corrupto, mas agora ele precisa provar que não é: “À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta”.
E agora, camarada Erom, o que dizer para  à sociedade sobre as notas frias para justificar despesas?

Complicado, não é mesmo, comandante?

Veja o que diz Eron em sua defesa sobre as notas frias constantes de suas prestações de contas, segundo o jornal A Crítica:

“Nesses locais, muitas vezes ermos - haja vista que a Sepror cuida basicamente das áreas rurais - os servidores tinham dificuldade de encontrar documentação para comprovar a despesa. Até um recibo era difícil de se conseguir. Às vezes, o documento vinha escrito à mão pelo ‘prestador do serviço’ e o TCE reprovava”.

“Mesmo com tudo isso, havia um movimento para prestar contas de todo o recurso adquirido. As prestações de contas não passavam, às vezes, por causa de um documento incompleto, como falta de assinatura, carimbo, etc, ou até porque não foram entregues dentro do prazo. Até hoje são feitas correções em prestações de contas, a pedido do TCE, para sanar quaisquer problemas”, finalizou.

Não, comandante Eron, não era essa a sua postura republicana como representante do povo na Assembleia Legislativa. Lá, a coisa pública era defendida como uma ortodoxia religiosa radical, sem meio termo.

E ai de quem fosse condenado pelo Tribunal de Contas do Estado por uma simples falta de assinatura. O plenário da assembleia tremia.

O que que fez você mudar, Eron?

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